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domingo, 20 de dezembro de 2015

Deixar de acreditar

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O que mais custa é quando deixamos de acreditar. Ou a razão porque deixamos de acreditar. Mas vai dar tudo no mesmo. Quando nos fartamos de lutar, estamos esgotados, sem forças. E então baixamos os braços. Porque esforçamos-nos tanto e só recebemos desilusões. Porque acreditamos tanto e afinal acreditamos em algo que nunca foi real. Porque amamos tanto e até isso foi interpretado de forma errada. Porque nos sentimos sozinhos, vazios, sem nada...

Tanto faz que o rio corra para baixo ou para cima. Tanto faz que tenha caviar para comer ou um pedaço de pão duro. Tanto faz que use diamantes ou pedaços de plástico tosco.
Tudo neste mundo é transitório. Principalmente as pessoas. As pessoas nunca ficam muito tempo. Na hora do olá já se sabe que vai haver um adeus. 

O que resta se tudo o que nós queremos é impossível? Resta apenas o que não queremos. É suposto vivermos felizes apenas com o que não queremos, com o que nunca pedimos, com o que nos é imposto? Mas de que é que isto interessa a alguém?! Sabemos que ninguém sequer se importa, que vai continuar a ser sempre assim. Sabemos que podemos chorar a vida inteira que ninguém sequer pergunta. E mesmo que perguntem, já não há resposta a dar. Nenhuma resposta melhora nada, só piora. Sabemos-lo pela experiência, sentimos-lo pela frieza que nos rodeia, pelo ar que custa a respirar, pela indiferença. 

Acreditar não depende da nossa vontade consciente. Depende do nosso ser mais profundo. E no nosso ser mais profundo, as cicatrizes nunca se apagam. As feridas nunca saram totalmente. Então a única coisa que queremos é ficarmos quietinhos, em posição fetal, longe de tudo e de todos, para que nada nos toque nas feridas. Elas já doem só por si. Ninguém tem prazer em se expor para ser magoado.

Há merdas que doem mesmo muito. 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Transtorno da Ansiedade Generalizada - Efeito Bola de Neve

Fonte da imagem: http://canal.bufalo.info/2014/12/
investimentos-bufalescos-segurem-essa-bola-de-neve/
A ansiedade é normal até certos níveis. Passa a ser patológica quando começa a causar sofrimento. No entanto, se se caracteriza por uma tensão excessiva, um nervosismo crónico e preocupação excessiva, não podendo ser associada a uma situação ou objecto específico, apresentando-se de forma difusa, com um constante e indescritível sentimento de medo, apreensão e inquietação, estamos perante um Transtorno da Ansiedade Generalizada. 

Um dos problemas deste transtorno - além do sofrimento que causa só por si - é o efeito "bola de neve". Ou seja: a ansiedade generalizada gera um estado de vigília constante, ou seja, passa-se a estar demasiado atento a tudo o que se relacione com a nossa sobrevivência física ou a outros factores cujo desequilíbrio falha associamos a catástrofe um sofrimento insuportável, como o caso das relações, do emprego, etc.. Este estado de vigília e tensão permanente faz com que os pensamentos e preocupações relacionadas não saiam da nossa cabeça, eles aparecem como intrusos, independentes da nossa vontade. É impossível desligar a ficha, impedindo-nos de nos concentrar em outras coisas, de nos distrairmos e de relaxarmos.

Num estado assim, os músculos ficam tensos e rígidos, aparecem algumas dores no corpo, problemas gastrointestinais e náuseas e perturbações do sono (quem consegue dormir bem em estado de vigília constante!?... Se não dormirmos, se nunca nos sentimos relaxados, o que acontece é que nos iremos sentir cada vez mais cansados. No entanto, a par com este cansaço, o estado de hiper-vigília também aumenta. Então, em vez de cedermos ao cansaço e por exemplo dormirmos melhor, o que acontece é que cada vez nos é mais difícil relaxar e dormir. A ansiedade gera ansiedade, que por sua vez aumenta o estado de vigília; a dificuldade ou impossibilidade em descansar aumenta o cansaço, a falta de concentração, o medo, a tensão, as dores no corpo, a preocupação; isto alimenta a ansiedade e por aí adiante. Estamos perante um efeito bola de neve, com repercussões imprevisíveis na nossa vida, a todos os níveis. 

Como nos livrarmos disto e voltar à vida normal? Procurando ajuda. Nestes casos, há mesmo que procurar ajuda profissional, afim de parar esta escalada e invertê-la. Em casos extremos, a terapia farmacológica é fundamental, conjugada com psicoterapia. Dormir e relaxar é uma prioridade, por isso os calmantes ou indutores do sono reduzem um dos maiores sofrimentos decorrentes do Transtorno da Ansiedade Generalizada. Muitas vezes existem outras perturbações mentais associadas como depressão, ataques de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, etc., daí que a terapia seja imprescindível tratar também estes problemas. A psicoterapia vai ajudar-nos a lidar com tudo.
O melhor é parar esta bola de neve de crescer. Actuar quando ela ainda é pequenina, pelo que devemos estar atentos ao facto de ela se estar a desenvolver, e pará-la o mais rápido possível, não deixando arrastar porque depois torna-se muito mais difícil e demorada a recuperação. 


Lágrimas secas

Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

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