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domingo, 30 de junho de 2013

Consequências físicas das emoções negativas

Se é certo que nos preocupamos com a higiene do corpo, da casa, da roupa, a verdade é que raras são as vezes em que nos preocupamos que a higiene emocional. Tal como a sujidade é um factor negativo na higiene física, assim o são as emoções negativas no campo psicológico. Estas produzem experiências desagradáveis, sendo as mais importantes a ansiedade, a raiva e a tristeza, em oposição às positivas que desencadeiam experiências agradáveis, como a alegria e o amor por exemplo.
Vários estudos efectuados demonstram que as emoções positivas potenciam a saúde, enquanto as negativas a comprometem. Um dos exemplos mais conhecidos é a ansiedade, cujas consequências para a saúde são bem conhecidas, e vão desde problemas cardíacos e úlceras a doenças relacionadas com uma ineficácia do sistema imunitário, tal como a gripe, herpes ou diarreia. 
Na medida em que num estado de ansiedade os indivíduos prevêm subjectivamente consequências demasiado negativas  da situação ou objecto desencadeante, são mobilizados recursos tal como aqueles que serão necessários num caso objectivo.  A percepção, a memória, o pensamento, a linguagem, o sistema nervoso autónomo, o sistema motor, o hormonal, todos são chamados a permanecer em alerta, com vista a enfrentar tais consequências negativas, sendo apenas desmobilizados quando a ansiedade tiver diminuído. Apesar de a ansiedade ser uma emoção natural de carácter adaptativo, essencial à sobrevivência, torna-se maléfica quando se prolonga por muito tempo a níveis demasiados altos.
As emoções negativas têm influência sobre a saúde na medida em que exploram em demasia os recursos psiconeurofisiológicos, mas também porque influênciam a motivação do indivíduo, levando-o a modificar ou a permanecer em condutas comportamentais pouco saudáveis, tais como falta de exercício físico ou excesso dele, dieta desequilibrada, descanso inapropriado, abuso de substâncias tóxicas, entre outros.
Tomamos como exemplo um motor. Se o pusermos a trabalhar em altas rotações por muito tempo, sem o pararmos, começará a avariar muito mais cedo e com mais frequentemente do que outro igual que esteja a ser utilizado de forma menos intensa.
Os avanços na ciência têm permitido relacionar algumas doenças do forum neurológico e infeccioso à ansiedade, tais como esclerose múltipla e até tuberculose.
É claro que para que se desenvolva qualquer doença associada (despoletada ou agravada) pelas emoções negativas, é necessário que haja uma predisposição do indivíduo para tal (a fragilidade dos órgãos ou sistemas envolvidos por ex.) e há que ter em conta a reacção fisiológica ao estímulo emocional, bem como a avaliação subjectiva do factor stressante. Uma alta activação fisiológica mantida ao longo do tempo pode provocar alterações do sistema imunológico que tornam a pessoa mais vulnerável a doenças infecciosas e auto-imunes, independentemente de expressarem ou reprimirem as suas emoções negativas, pois o que importa é a intensidade estímulo fisiológico despoletado por aquela emoção que não é directamente proporcional à intensidade da mesma.
Perante uma emoção, o indivíduo terá uma reacção: fala, grita, chora, agride, isola-se, etc. Todavia, quando nada disso acontece, a "opção" inconsciente pode ser adoecer, ou seja, expressá-las-há através do sistema somático. 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Abordagem medicamentosa e psicológica dissociadas

Depois das minhas últimas experiências falhadas na escolha de um terapeuta, encontrei alguém que me pareceu bem habilitado para fazê-lo.
Como habitual, as consultas tem a duração de uma hora, a primeira, um pouquinho mais. Comecei por lhe contar resumidamente a minha história e depois foquei-me naquilo que sentia. Depressa, o final da primeira consulta chegou. Em uma hora, tive que resumir quarenta anos de vida e mais de vinte de terapias. É claro que é impossível o terapeuta inteirar-se de tudo o que se passa com o indivíduo e aperceber-se da solução mais adequada. Eles acham, contudo, que o que o paciente espera deles é que lhes receite medicamentos para aliviar o seu sofrimento. E felizmente para os médicos, existem medicamentos que servem para quase tudo, basta que nos consigam enquadrar em uma qualquer patologia generalista. 
Eu costumo guardar uma cópia das prescrições medicamentosas que me têm sido feitas ao longo do tempo. Se procurar entre elas, decerto encontrarei uma igual à que me foi dada por este terapeuta. Isto quer dizer que, no que respeita à medicação, quase me basta ir ao meu "arquivo" e procurar uma receita que me tivesse sido prescrita para os mesmos sintomas em momentos anteriores. Então, que raio vou eu gastar o meu dinheiro num psiquiatra?!
Na segunda consulta, que aconteceu um mês depois da primeira, por indicação do terapeuta, as suas principais preocupações foram saber que efeitos secundários tinha tido com a terapia receitada. Como a minha resposta foi negativa, mandou-me continua-la e repetir a consulta daí a quatro meses. 
Na minha condição de paciente e de ser humano minimamente inteirado do mundo da psicologia e psiquiatria, aquilo que sinto é que as duas disciplinas andam cada vez mais separadas, enquanto a mente humana continua a ser apenas uma. Uma terapia puramente medicamentosa, quando sabemos que os medicamentos não curam, apenas aliviam, revela a ineficácia a longo prazo dest
a abordagem. Aquilo de que realmente precisamos é saber o que nos causou ou está a agravar a patologia de que padecemos e saber como lidar com ela. Quanto mais não seja, precisamos de seres humanos, de ver naquele terapeuta que está à nossa frente, uma pessoa, não um computador pré-programado para nos receitar determinado medicamento perante determinado sintoma. É claro que sem medicamentos, muitas pessoas não conseguirão resolver os seus problemas. Mas o que realmente necessitam é aprender a controlar, a dominar a situação, de forma a aumentar a sua auto-estima, a resolver os seus conflitos internos, a perceber onde estão a errar, e erradicar o seu sentimento de culpa infundado, a integrar-se ou a reconciliar-se com a sociedade onde vivem, etc. Sou só eu a ver isto?!!!

Lágrimas secas

Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

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